Cultura indígena do Amapá tem destaque na 51ª Expofeira
Com a proposta de divulgar a cultura indígena, o espaço da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) na 51ª Expofeira do Amapá apresenta projetos e comercializa brincos, pulseiras, colares, maracás, bolsas, artes em camisas, animais esculpidos em madeira e sementes.
Os acessórios são produzidos por indígenas de aldeias como Kumarumã e Kumenê e chamam a atenção dos visitantes. Com toques de delicadeza e refinamento, a maioria dos produtos são confeccionados com sementes dos mais variados tipos, traduzindo o dia-a-dia desses povos e introduzindo sua cultura em forma de arte.
O mara mara e a semente do panacocó são as mais utilizadas, além da fibra do cipó que, em trançados, forma um tipo de “abano”, para aplacar o calor. Os maracás com seu barulho peculiar de chocalho também são destaques das vendas.
Cobras, tatus, mastros e o banco do Pajé em madeira, característicos da aldeia Tukai, do município de Oiapoque, também estão expostos, bem como a arte em lápis de cor do indígena Noel Henrique, da aldeia Kumarumã, com seus traçados estampados em camisas, com desenhos de crianças e mulheres no cotidiano de sua aldeia.
“Queremos cada vez mais movimentar essas políticas públicas entre os povos indígenas e o governo do Estado, e aproximar a população que desconhece seu trabalho e sua cultura”, explicou o assistente técnico da Sepi, Pedro Gabriel, que é de origem indígena da aldeia Kumarumã, e responsável pela apresentação do espaço.
Projetos e gerências
Gabriel apresenta também os projetos e gerências indígenas criados este ano no Fórum Indígena Estadual, que ocorreu em abril: gerência de extensionista rural, para aprimoramento das técnicas de cultivo; gerência de multilinguismo, que consiste em atender indígenas que só falam a língua materna e possuem dificuldades em solicitar serviços ofertados pelo poder público; e gerência de Projetos Sociais Indígenas, para atender as aldeias com mais dificuldades de acesso.
Também é apresentado o projeto “Revitalização das Artes Culturais na Aldeia Tukay”, promovido pela escola indígena João Batista Macial de Oiapoque, que prevê o resgate das raízes indígenas.
Alice Valena