MP pede que Google tire do ar vídeos de youtubers mirins que fazem propaganda
Ministério Público pede que Google tire do ar vídeos de youtubers mirins que fazem propaganda de produtos para crianças.
O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil pública na justiça paulista pedindo a retirada dos vídeos do Youtube.
A plataforma de compartilhamento de vídeos pertence ao Google e, teoricamente, não deveria ser usada por quem tem menos de 18 anos.
Segundo a ação, jovens estrelas da internet não apenas usam a plataforma, como fazem publicidade indireta para outras crianças, o que também é proibido pela legislação brasileira.
A ação lista mais de 100 vídeos irregulares produzidos por sete youtubers mirins para 15 empresas diferentes.
A estrutura dos vídeos é parecida. O youtuber apresenta detalhes de um determinado produto, desde a embalagem, até o momento da brincadeira.
Apesar de serem vídeos patrocinados, essa não é uma informação fácil de ser encontrada nos vídeos que podem anunciar desde os brindes de uma rede de fast food até as bonecas de uma fabricante multinacional de brinquedos.
Alguns canais têm mais de 4 milhões de seguidores. Nos comentários, algumas crianças escrevem que compraram um ou outro produto ou se impressionam com a quantidade de brinquedos do youtuber.
Mesmo adultos chegam a comentar os vídeos. Um deles diz que, apesar de linda, nunca vai poder comprar a boneca apresentada para a filha.
A ação que pede a retirada dos vídeos é o desdobramento de uma denúncia feita pelo Instituto Alana contra as empresas anunciantes.
Para a advogada Livia Cattaruzzi, do Programa Criança e Consumo do Instituto, com a ação, o Ministério Público reconhece a responsabilidade da plataforma que infringe as suas próprias regras e fecha os olhos para a legislação brasileira.
A reportagem entrou em contato com o Google, mas a empresa diz que não comenta a ação, mas lembra que o Youtube é uma plataforma para ser usada por adultos ou crianças acompanhadas pelos responsáveis e que anúncios publicitários devem estar em conformidade com a legislação local.
EBC