Água sanitária x Covid-19

Solange Paraíso

Uma das informações recorrentes no contexto da pandemia da COVID-19 se refere ao uso da água sanitária como agente desinfetante. Mesmo entre os leigos em química, existe um senso comum quanto ao poder desse produto para a limpeza doméstica em geral e para o branqueamento de roupas. No meu caso, tive as principais noções de higienização do lar pautadas nisso, ao ponto de ter memorizado o jargão de uma querida tia em seu “Manual de Instruções”: “não tem nada que escape de um bom molho de água sanitária”…

Um parêntese, em meio ao argumento técnico: ouvi muitos profissionais usarem o nomezinho “Cândida” como sinônimo de água sanitária, nos boletins do Ministério da Saúde. Fui pesquisar e colhi esta pérola na internet, atribuída a Ari Riboldi, especialista em expressões linguísticas e a Aldo Bizzocchi, doutor em linguística pela USP: “A Cândida é do mesmo clube da Gillette e do Bombril: uma marca que virou sinônimo de um produto, só que regionalmente – neste caso, no Estado de São Paulo”.

A água sanitária tem como princípio ativo o Hipoclorito de Sódio em concentrações que variam de 2,0% a 2,5%. Por sinal, o uso do hipoclorito se popularizou no Brasil, enquanto produto comercial de varejo, no início da década de 1990, quando da sétima pandemia do Cólera (outra grave infecção). Nesta época, foi largamente indicado em diluição específica, para a imersão de vegetais e frutas, antes do seu consumo na forma crua. Contudo, nos serviços de alimentação coletiva (como restaurantes industriais e hospitais) o uso do hipoclorito de sódio já era rotina, inclusive na desinfecção de mamadeiras, método mais econômico do que a tradicional fervura em banho-maria.

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