Produtos da bioeconomia amazônica podem ser potencializados para gerar renda aos moradores da BR-319

A área de influência da BR-319 tem potencial para desenvolver produtos da bioeconomia amazônica. Esse modelo econômico já é fomentado por alguns moradores, porém para fortalecê-lo é necessário a adoção de medidas de proteção territorial, estudos sobre sustentabilidade socioambiental, além de apoio à governança, principalmente nas áreas protegidas. O assunto é um dos destaques do podcast mensal produzido pelo Observatório BR-319. 

    A gerente de Novos Negócios no Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Ana Bastida, afirma que é necessário alinhar os projetos de infraestrutura da rodovia com o fortalecimento da bioeconomia na região. 

“É importante pensar na exploração econômica da região pautada na sua vocação, que é bioeconomia, a economia da floresta. A região da BR-319 e o estado do Amazonas têm um grande potencial para o desenvolvimento da bioeconomia. Além disso, as Unidades de Conservação (UCs) são peças-chave para a bioeconomia. São ali que estão as comunidades que atuam com extrativismo, com atividades sustentáveis. É preciso incentivar essas populações para que essas atividades continuem acontecendo de forma sustentável e com agregação de valor ao produto final. Temos que pensar também no empoderamento dessas comunidades e reduzir gargalos estruturais, disse.

    Segundo ela, para a bioeconomia se desenvolver na área de influência da BR-319, é necessária a adoção de medidas de proteção e mitigação ao longo da rodovia, além do fortalecimento da governança, principalmente nas áreas protegidas. “Se o governo deixar correr solto, a floresta e seus povos vão sofrer mais ainda com os impactos da ocupação desordenada, como já vem acontecendo”, comentou.

    Já o diretor da WCS Brasil, organização membro do Observatório BR-319, Carlos Durigan, que atua em projetos ambientais no Interflúvio Purus-Madeira, faz um alerta sobre a ocupação ilegal de terras na rodovia, que é a apropriação de terras públicas, o que gera uma ocupação irregular sobre o patrimônio natural, como da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.

    O OBR-319 divulga mensalmente dois informativos com notícias importantes sobre a área de influência da rodovia, além do monitoramento completo com números de desmatamento e focos de calor. O material pode ser acessado no site www.observatoriobr319.org.br ou, no caso do podcast, pelas plataformas digitais Apple, Spotify e Youtube.

Observatório BR-319

O Observatório BR-319 é formado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Casa do Rio, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Fundação Vitória Amazônica (FVA), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), WCS-Brasil e WWF-Brasil. Para saber mais, acesse: www.observatoriobr319.org.br

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