Anistia Internacional cobra investigação sobre assassinato de família ambientalista no Pará

Zé do Lago, sua esposa e filha foram executados a tiros; Instituição mostrou indignação e cobra providências do Estado

Anistia Internacional Brasil emitiu uma nota nesta terça-feira (11) mostrando indignação com o assassinato de uma família de ambientalistas no Pará. Eles eram conhecidos pelo seu trabalho de proteção ambiental em São Felix do Xingu.

“O direito ao meio ambiente limpo, saudável e sustentável é um direito humano recentemente reconhecido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. As ameaças, agressões e assassinatos de defensores e defensoras deste direito, intimamente relacionado às lutas por justiça ambiental e climática e às resistências dos povos do campo, das florestas e das águas, não constituem casos isolados”, disse a Anistia Internacional em nota.

Zé do Lago, a esposa Márcia e a filha J. (menor de idade) foram assassinados a tiros. Eles moravam há mais de 20 anos na região, onde desenvolviam um projeto ambiental de repovoamento das águas com filhotes de tartarugas. Todos os anos, o pai soltava espécies de répteis nas águas do Rio Xingu.

De acordo com a Polícia Civil, a análise dos corpos indica que o crime pode ter acontecido há mais de três dias. O corpo de Márcia foi achado às margens do rio, enquanto pai e filha estavam perto da residência, junto a cápsulas de projéteis. Os corpos foram encontrados pelo filho do casal e irmão da terceira vítima.

A nota também lembra que o Brasil é o quarto país que mais mata pessoas engajadas em causas ambientais. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou que, em 2021, 26 pessoas foram mortas em contexto de conflitos no campo no país.

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“A Anistia Internacional cobrará e estará atenta às investigações que têm o dever de elucidar as circunstâncias dos assassinatos de Zé do Lago, Márcia e Joene. Os responsáveis pelos crimes devem ser identificados e responsabilizados de maneira célere e efetiva. O Estado brasileiro possui a obrigação de agir para conter a onda de violência e o ciclo de impunidade que se perpetuam na região amazônica e em todo o território nacional”, concluiu a instituição.

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