Pesquisa revela mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros após a pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19 não apenas transformou a maneira como os brasileiros se relacionam, se divertem e cuidam da higiene, mas também teve impacto significativo nos padrões alimentares do país. Um estudo conduzido por pesquisadores de São Paulo e Minas Gerais, utilizando dados coletados entre 2019, 2020 e 2021 pelo Instituto Datafolha, revela um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, prejudiciais à saúde, durante esse período, um comportamento que já vinha sendo observado no Brasil e que foi intensificado durante os períodos de quarentena.

Comparando os anos de 2019 e 2021, bem como 2020 e 2021, os pesquisadores observaram uma redução significativa no consumo de cereais, hortaliças, frutas e sucos de frutas industrializados. Paralelamente, foi identificado um aumento no consumo de refrigerantes, biscoitos doces, recheados, bolinhos embalados, embutidos, molhos industrializados e refeições prontas.

Entre os produtos mais mencionados na pesquisa, os participantes relataram o consumo de margarina, maionese, ketchup e outros molhos industrializados. Em 2019, metade dos participantes afirmou ter consumido um desses produtos; já em 2021, esse percentual subiu para 58,6%.

A nutricionista Anne Silva alerta que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados representa um sério problema de saúde, pois esses produtos possuem baixo valor nutricional. “O consumo exagerado desse tipo de alimento pode agravar condições já existentes ou até mesmo criar novos problemas, como obesidade, diabetes, hipertensão e até câncer”, adverte.

Dentro do contexto alimentar, Anne, que também é professora na Estácio, explica que o consumo eventual desses produtos não é problemático, mas seu consumo constante pode prejudicar a saúde. “Sabemos que às vezes é inevitável consumir algum alimento embutido ou algo pronto para o consumo. No entanto, a questão crucial é fazer isso de forma ocasional e não incorporar isso à rotina diária. A longo prazo, esse padrão alimentar pode ser prejudicial à saúde da pessoa”, ressalta.

Como alternativa, a nutricionista sugere manter uma dieta equilibrada, com o consumo de alimentos in natura, ou seja, alimentos obtidos diretamente de plantas e animais, sem qualquer alteração, como hortaliças, frutas, verduras, legumes, ovos, carnes e peixes. “No Brasil, especialmente na região amazônica, temos uma variedade incrível de opções de alimentos de origem animal e vegetal, e devemos aproveitar isso para promover uma alimentação mais limpa, saudável e equilibrada”, conclui.

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