Violência obstétrica é tema de campanha educativa no Amazonas

Violência obstétrica. Um termo ainda pouco conhecido mas que o Ministério Público Federal do Amazonas (MPF/AM), junto com outros órgãos, quer esclarecer para profissionais de saúde e pacientes.

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Mulher grávida com mão na barriga Pixabay/ Domínio Público/ CC0

Para isso, a equipe está visitando, desde o início de maio, algumas maternidades de Manaus e, em alguns casos, fazendo inspeções para verificar o tratamento dado àsmulheres grávidas. A iniciativa surgiu a partir de várias denúncias de violações de direitos nas unidades de saúde.

A Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Bruna Menezes, explica o que significa violência obstétrica.  “Violência obstétrica, de fato, é um termo pouco conhecido, mas é internacionalmente adotado. A violência obstétrica pode ser considerada desde a negativa ao acesso a uma maternidade, o tipo de tratamento que a grávida recebe dentro da maternidade no momento pré-parto, durante o parto, pós-parto. Todas as circunstâncias danosas para a mulher podem ser consideradas violência obstétrica, desde a violência psicológica a violência física”, explica.

As denúncias envolvendo situações de violência obstétrica também levaram o MPF do Amazonas a instaurar um inquérito civil no ano passado e a realizar uma audiência pública para ouvir vítimas e profissionais de saúde.

“Foi muito interessante. Foi em novembro do ano passado. Nós tivemos diversos relatos, foram entregues denúncias ao MPF. E partir desse momento nós percebemos que há uma deficiência tanto no conhecimento quanto a prática da violência quanto ao combate a essa violência. A partir daí nós nos reunimos com alguns órgãos parceiros, alguns órgãos, e desde então nós estamos em cooperação, tentando ver com quais medidas cada ator pode ajuda nesse combate a violência obstétrica”, esclarece.

Entre os parceiros da campanha educativa estão as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, o Ministério Público do Estado do Amazonas, a Defensoria Pública, o Departamento de Vigilância Sanitária, o Procon e a Polícia Civil.

Para a procuradora, é fundamental que as mulheres denunciem a violência obstétrica. Ela acrescenta que as vítimas podem recorrer, inclusive, a esses órgãos.

Uma nova audiência será marcada para tratar do tema após a campanha educativa nas maternidades e hospitais, que vai até junho. O MPF informou ainda que o relatório das visitas vai servir para a elaboração de um termo de cooperação a ser firmado com as diversas instituições envolvidas na temática. A intenção da iniciativa é diminuir os casos de violência obstétrica no estado e orientar as vítimas.

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