Ribeirinhos transformam tradições e belezas naturais em negócio lucrativo e sustentável
Moradores de comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, na RMM, encontraram na paisagem da região a oportunidade de melhorar a qualidade de vida de suas famílias
Silane Souza
Manaus (AM)
Eles vivem com a maioria das facilidades da vida moderna, advindas da energia elétrica e telefonia móvel, mas em um cenário bem diferente: em meio a rios e florestas. Estamos falando dos empreendedores ribeirinhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, que encontraram nessa paisagem única da região a oportunidade de melhorar a qualidade de vida de suas famílias, promovendo o desenvolvimento local, respeitando e preservando, culturas, tradições e o meio ambiente em que vivem.
O casal Carlos Alves da Costa Júnior, 33, e Adriana Brito de Mendonça, 29, morador da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no lago do Acajatuba, é um exemplo desse “time” de ribeirinhos empreendedores. Há três anos eles começaram a pensar em abrir um restaurante e há dois o empreendimento é realidade. “A ideia veio da necessidade: a comunidade recebia muitos turistas e não tinha um restaurante. E vem dando certo”, contou Adriana.
O negócio caminha tão bem que o casal está expandindo as atividades, que incluem ainda passeios regionais. Eles pretendem oferecer hospedagem em chalés a partir de setembro deste ano. Atualmente, esse serviço é ofertado apenas em redes. “É mais uma forma de complementar a renda e poder disponibilizar um atrativo a mais para os turistas que queiram passar mais de um dia na comunidade”, disse.
Carlos revela que a busca para oferecer um serviço diferenciado aos turistas é constante. “Hospedagem, alimentação, café da manhã e passeios são cobrados separados, conforme a demanda do cliente. Caso ele queira pagar só a hospedagem, pode trazer produtos de casa e fazer sua comida aqui, sem problema. Essa é uma novidade que tem agradado e estamos investindo nesse público”, afirmou.
Frutos para todos
Nos dois anos de funcionamento, o restaurante tem trazido resultados positivos para toda a comunidade, haja vista que gera emprego e renda para outras pessoas. “É um empreendimento familiar porque compramos o pão de um parente, a verdura de outro, a farinha de outro, e assim por diante. E quando vem muito turista pagamos diárias para algumas mães de família que nos ajudam”, evidenciou Adriana.
Na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro moram 62 famílias. A localidade ficou conhecida nacionalmente como “Parazinho”, uma das locações de gravação da novela “A Força do Querer”, escrita por Glória Peres. Os moradores esperam que o fato atraia mais turistas, o que ainda ocorre de forma tímida.
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