Fiocruz confirma caso da variante brasileira do coronavírus no Rio

Ainda não há dados sobre relação entre variante e casos mais graves

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou hoje (16) que detectou, no Rio de Janeiro, caso da variante brasileira do coronavírus. A variante P.1 da SARS-CoV-2, identificada inicialmente em Manaus, foi detectada por análise laboratorial feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Até o momento, não há dados que relacionem essa variante a quadros mais graves de covid-19, porém as mutações identificadas nela são semelhantes às das variantes encontradas no Reino Unido e na África do Sul, e têm potencial de facilitar a transmissão.

No último dia 12, a Fiocruz divulgou nota na qual diz que a variante descrita pela primeira vez no Amazonas, havia sido detectada em mais cinco estados: Pará, Paraíba, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Casos provocados pela nova variante P.1 também já foram confirmados pelas secretarias estaduais de Saúde da Bahia, do Ceará e de Pernambuco.

No texto divulgado na última sexta-feira pelo IOC, a pesquisadora Paola Cristina Resende ressalta que “é importante lembrar que as linhagens P.1 e P.2 já foram associadas a casos de reinfecção no país. Por isso, é fundamental a continuidade das medidas de prevenção, como a utilização de máscara de proteção, a higienização frequente das mãos e evitar aglomerações”.

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Sequenciamento
Em todo o país, especialistas da Rede Genômica Fiocruz integram um esforço que já sequenciou quase 3,6 mil amostras coletadas no Brasil, sendo 1.035 em São Paulo, 726 no Rio de Janeiro, 340 no Amazonas, 306 Rio Grande do Sul, 167 na Paraíba, 150 em Pernambuco e as demais em outros estados.

Um balanço desse trabalho aponta que mais de 60 linhagens do vírus já foram encontradas no país, porém predominam a B.1.1.33 e a B.1.1.28, que circulam no Brasil desde março. O surgimento de linhagens diversas é um processo comum nos vírus, e, na maior parte dos casos, as mudanças implicam pequenas diferenças no material genético.

Foi a B.1.1.28 que, após mutações, deu origem à variante P.1, encontrada no Amazonas, e à P.2, descrita pela primeira vez no Rio de Janeiro. Ambas são consideradas “variantes de preocupação” e apresentam modificações na proteína spike, estrutura do vírus que se conecta às células humanas. No caso da P.1, há três mutações relacionadas à proteína (K417N, E484K e N501Y), e, na P.2, uma mutação (E484K).

No Amazonas, a variante P.1 foi apontada como a causadora de 91% dos casos da covid-19 que tiveram seu material genético sequenciado em janeiro. A variante se tornou a dominante no estado, tomando o lugar da B.1.1.28.

EBC

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