Violência faz Médicos sem Fronteiras suspender resgate de imigrantes

Médicos sem Fronteiras afirmou que a suspensão deve-se a restrição para atuação das ONGs imposta pela Itália e pela violência da Guarda Costeira

O agravamento da crise dos refugiados e a violência da Guarda Costeira da Líbia fez a organização humanitária internacional Médicos sem Fronteiras (MSF) suspender temporariamente o resgate de imigrantes no Mar Mediterrâneo, informou no sábado (12) o presidente de MSF na Itália, Loris De Filippi.

“Estamos suspendendo nossas atividades porque agora sentimos que o comportamento ameaçador da Guarda Costeira da Líbia é muito grave”, enfatizou Filippi. Além da violência contra os refugiados, o presidente da MSF repudiou a decisão das autoridades italianas de estabelecer um perímetro que limita o acesso das organizações não governamentais (ONGs) no Mediterrâneo. “Os fatos recentes no Mediterrâneo mostram que o código de conduta é parte de um plano mais amplo que visa selar a costa e bloquear imigrantes e refugiados da Líbia”, acrescentou Filippi.

Crise dos refugiados

Balanço aponta que cerca de 600 mil imigrantes chegaram a Itália nos últimos quatro anos, sendo que a grande maioria veio fugida da Líbia. O perigo neste caso está nos navios que são operados por contrabandistas líbios. A restrição imposta pela Itália tem como principal justificativa o temor de que as ONGs estejam facilitando o tráfico de pessoas e encorajando os refugiados a tentar entrar no país.

Para impedir que os dois fatos ocorram de verdade, as autoridades italianas propuseram um código de conduta, em que regras são impostas as operações de resgate. O código é formado por 13 compromissos, e o principal deles proíbe as ONGs de entrar nas águas territoriais líbias, a não ser em “situações de grave e iminente perigo”.

A MSF informou que, mesmo não tendo assinado e concordado com o código de conduta, o respeita e vai seguir as regras estabelecidas nas leis nacionais e internacionais.A ONG atua há mais de três anos em ações de busca e assistência médica no Mediterrâneo e com dois barcos já socorreram 19.708 pessoas entre abril e novembro do ano passado.

Após anúncio da ONG Médicos sem Fronteiras, outras duas instituições de ajuda humanitária. A Sea Eye, que informou “lamentar a decisão” e a Save The Children. Assim como a MSF, o aumento da violência contra imigrantes que tentam sair da Líbia em busca de uma vida mais digna em outros países.

Fonte: Último Segundo – iG, com informações da Agência Brasil e da Ansa

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