Vendas de ervas existem há mais de 40 anos no Mercado Central
Banhos de cheiro, essências, perfumes, velas, escapulários. Isso e muito mais podem ser encontrados no novo Mercado Central, que será reinaugurado ainda este mês, em Macapá. O espaço mais tradicional de vendas da cidade tem muitos produtos, tradição e cultura. O mercado está sendo revitalizado com recursos provenientes de emenda parlamentar do senador Randolfe Rodrigues, no valor de R$ 2,5 milhões, e mais R$ 1,2 milhão de contrapartida do Município.
Seu Luiz Carlos Carvalho da Silveira, 62 anos, dedica mais de 40 anos de sua vida ao mercado. Ele recebeu a loja de ervas do pai, Martiniano da Silveira, que comercializava produtos na Cabana do Preto Velho. O espaço é referência de material de umbanda e ervas em Macapá.
“Me criei aqui no mercado. Assumi a loja há mais de 40 anos e aqui já criei duas filhas, netos e bisnetos. O movimento era muito grande. De uns anos para cá, deu uma decaída, mas estou confiante que, com a reinauguração, isso melhore”, acredita seu Luiz.
Fotos: Gabriel Flores
A loja de ervas é pequena, mas tem de tudo um pouco, como incensos, chás, sementes, velas, escapulários, e os procurados banhos de cheiro, perfumes e géis. “No período em que meu pai veio para cá, ele era criticado, porque vendia as ervas, cascas de pau e tudo mais. Hoje, o pessoal procura muito, especialmente para tratamentos naturais. No fim de ano, então, aumenta muito as vendas de incenso, banhos e perfumes”.
Junto com seu Luiz, a dona Kleonice Carvalho, 58 anos, também comercializa ervas no mercado. Ela conta que, com o empreendimento, criou os 7 filhos, 20 netos e 3 bisnetos. Sempre alegre e falante, diz que a venda é muito valorizada pelos turistas. “Vem muitos turistas por aqui. Eles gostam muito das essências e perfumes. Compram vários para levar e dar de presente. Estamos ansiosos com a reabertura do mercado e com a chegada da freguesia”, destaca.
O Mercado Central é um dos símbolos da história da cidade. Foi inaugurado no dia 13 de setembro de 1953 pelo então governador Janary Nunes e o prefeito Claudomiro de Moraes. O espaço era uma obra gigantesca para a época e tinha como finalidade comercializar produtos da roça, que eram desembarcados no Trapiche Eliezer Levy.
A reabertura do espaço será ainda este mês, e contará com ambiente comercial, cultural e turístico de Macapá. Serão comercializados alimentos, artesanato, artigos religiosos, assim como café, chopp, sorvetes, e serviços de barbearia, ervaria, relojoaria e outros.
Cássia Lima
Assessora de comunicação/Fumcult
Fotos: Gabriel Flores