Pretogonista lança seu segundo álbum do rap amapaense

Nesta sexta-feira (25), as plataformas musicais recebem o novo álbum de Pretogonista

“Oriki” é o título do novo álbum do Pretogonista. Pronto para ser lançado através da Natura Musical, o repeiro faz reverência e pede licença para cantar a ancestralidade. A música preta da Nova MPA (Música Periférica Amapaense) produzida nas periferias com sotaque, chiado e gingado afroamazônicos.

Os temas políticos e sociais tornaram-se marcas registradas nas letras do rap e do hip-hop contemporâneo, mas tratar da individualidade e da transformação do interior de cada ser é mais atual. Na música do Pretogonista, as mudanças partem do íntimo e são fundamentadas em princípios filosóficos, com letras e melodias propositivas.

Os caminhos escolhidos atravessam a afroamazônia e os cantos dos orixás, assim como as referências da cultura local, no Batuque e no Marabaixo dos quilombos num misto de tambores, atabaques e agogôs, instrumentos usados pelos ogãs e tocadores das festas tradicionais das malocas quilombolas aos terreiros do Amapá. A sonoridade poética ganha as ruas da cidade e se misturam aos beats eletrônicos e a experimentação sonora do rap nas quebradas, é nessa pluralidade de elementos que repousa a riqueza de Pretogonista.

Se nas culturas tradicionais, os cantos constituem elos de diálogo com o plano imaterial, nas faixas de “Oriki”, a música é o arame que nos conduz ao real das periferias e cria o espaço de reconstrução do cotidiano visando a transformação social anunciada no afrofutismo, de modo que o futuro, também é ancestral.

Iniciado há seis anos, a partir da composição de “Oriki”, faixa que empresta título ao álbum, o novo trabalho do Pretogonista está ligado à ancestralidade. “Nunca perdi de vista as minhas origens, a presença da ancestralidade seria inevitável nesse álbum. Toda produção artística requer muita dedicação e comprometimento com nossas escolhas. Nesse percurso, a minha família, meus antepassados, meus orixás, minha espritualidade e minha filosofia foram fundamentais, daí vem todo o axé”, revela o repeiro que lança o seu segundo álbum da carreira.

O álbum tem a produção musical de Malária e Gabriel Daluz, Mix & Master de Nois PUR NOIS rec, gravação de Nois PUR NOIS rec e Mavambo, com participação especial de Xicão e Caçula Bem de Rua. A partir desta sexta-feira (25), o álbum completo, com as oito faixas estarão disponíveis nas principais plataformas digitais da música mundial, com live às 20H na fanpage do projeto Pororoca Sound.

“A importância de “Oriki”, álbum do Protagonista lançado pela Pororoca Sound, não reside apenas no ato de fazer ecoar a voz dos excluídos, como é recorrente no rap. Neste álbum, o artista se mostra preocupado com sua ancestralidade, com o levante da autoestima do povo negro. Para isso, mergulhou visceral e rizomaticamente em suas origens, presenteando-nos com uma espécie de rap antropológico.”, afirma, Claudio Silva, Produtor da Ói Nóiz Akí.

“Natura Musical sempre acreditou na força da música para mobilizar as pessoas. Para refletir esse propósito e dar espaço à diferentes vozes, a plataforma apoia artistas, bandas e projetos de fomento à cena capazes de amplificar debates como a diversidade, a sustentabilidade e o impacto positivo na sociedade”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.

Pororoca Sound foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal, Kunumi MC, Rico Dalasam. Ao longo de 16 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 140 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. Saiba mais através das redes sociais do projeto e no site www.pororocasound.com.br

Sobre Natura Musical

Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 174,5 milhões no patrocínio de mais de 518 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento à cenas e impacto social positivo. Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais. Em 2020, o edital do Natura Musical selecionou 43 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 300 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências. Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de lives, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos, agora digitalmente.

Paulo Rocha

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