A companhia paulista de teatro ‘Las Cabaça’ desembarca em Manaus neste fim de semana e já se apresenta, no domingo (8), na Feira do Paço, na Praça Dom Pedro II, no Centro Histórico de Manaus. Esta é a primeira vez que a dupla de palhaças Bifi (Juliana Balsalobre) e Quinan (Marina Quinan) irão apresentar o espetáculo ‘O dia da Caça’ na capital amazonense. O evento é gratuito.
O espetáculo tem como tema uma típica caçada. Usa elementos da palhaçaria clássica no contexto amazônico, como vocabulário da região, objetos cênicos (a boroca, a canoa, o arco e a flecha e o terçado) e situações típicas do universo ribeirinho, fazendo presente além do humor, a delicadeza e sensibilidade das atrizes diante dos assuntos abordados.
Após a apresentação de domingo na Feira do Paço, será a vez da Escola Municipal Paula Frassinete, no bairro da Glória, receber a companhia na segunda-feira (9). A escola foi escolhida para ser palco do espetáculo, que será apresentado aos alunos.
Nos dias 10, 11 e 12 de abril, as palhaças e arte-educadoras ministrarão uma oficina gratuita de palhaçaria, no Espaço Cultural Caminhos das Artes, mantido pelo Instituto Amazônia na Rua Frei José dos Inocentes, Centro. O tema da oficina será: O corpo cômico e jogos de dupla e trio.
Após as atividades em Manaus, a dupla segue para o município de Santa Isabel do Rio Negro, onde no dia 17 realização a Ação de Formação de Plateia, com uma palestra gratuita. No dia 18, elas apresentam no município o espetáculo ‘O Dia da Caça’.
No dia 21 de abril as palhaças chegam no município de São Gabriel da Cachoeira, onde também apesentarão o espetáculo gratuito. “O Dia da Caça” foi contemplado pelo Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2017/2018, nos estados do Amazonas, Acre , Rondônia e Roraima. As apresentações nos demais Estados também serão gratuitas.
O espetáculo
Famintas há três dias e passam uma noite na floresta seguindo rastros de bichos e procurando comida. Mas durante a caçada, elas se atrapalham e passam por situações embaraçosas.
A inspiração veio justamente do ato de caçar, que ainda é um hábito no Brasil e principalmente na região amazônica, conforme conta a atriz Juliana Balsalobre. “Já andamos bastante pelas comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas na Amazônia, pois passamos sete anos morando no Pará. Isso nos aproximou muito dessa realidade. Cada povo tem sua maneira de caçar, seja com arco e flecha ou espingarda, e isso nos inspirou por ser um tema forte”.
Porém, a caçada acaba ficando atrapalhada, afinal, trata-se de duas palhaças no meio da floresta. “Elas estão com fome, mas são palhaças. Durante todo o espetáculo passam por situações embaraçosas que fazem o público se divertir, esse é o viés do espetáculo”. A atriz também se diz ansiosa por se apresentar na capital amazonense. “Nossa expectativa é muito grande, pois apesar de já conhecermos a cidade de Manaus, nunca conseguimos nos apresentar. Será uma honra”, frisa Juliana.
‘Las Cabaças’
As atrizes se formaram no Teatro-Escola Célia Helena de São Paulo, em 1995, foram professoras de teatro para crianças e adolescentes na Casa do Teatro-SP e atuaram nos hospitais junto aos Doutores da Alegria de São Paulo. Possuem três espetáculos em seu repertório: Semi-Breve, Divagar e Sempre e O Dia da Caça.
Desde 2006 as artistas mergulham numa pesquisa prática na região amazônica, visitando comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, realizando apresentações e intervenções artísticas, sempre com a linguagem da palhaçaria clássica, buscando a troca humana e cultural, aprendendo o modo de vida, palavra, gestos e histórias.
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