Segurança do paciente é tema de debates em Manaus

A segurança do paciente é um problema grave de saúde pública no mundo inteiro. Todo dia 829 brasileiros falecem em decorrência de falhas evitáveis nos hospitais, o que equivale a três mortos a cada cinco minutos, segundo dados do Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil.

Com a proposta de debater estratégias para a redução dos riscos na assistência prestada ao paciente, importantes nomes da área desembarcam em Manaus, nos dias 23 e 24 de agosto, para a segunda edição do Simpósio Norte de Qualidade e Segurança do Paciente, que será realizada no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques.

O evento promoverá um importante debate sobre gestão de qualidade e segurança no âmbito hospitalar, através de palestras, conferências e mesas-redondas. São aguardados mais de 400 participantes de diversas partes do Brasil.

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos países desenvolvidos, um a cada 10 doentes é prejudicado enquanto recebe cuidados dentro de um hospital. No Brasil, apenas as doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de falecimento no mundo, matam mais que o dano ao paciente: são 950 pessoas por dia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Para a médica intensivista Liane Cavalcante, presidente do simpósio, os números servem como alerta para que se busque melhorias nos sistemas de saúde. “Em linhas gerais, sabemos que a assistência ao paciente não deveria gerar consequências ruins. Contudo, ainda são necessários muitos avanços para se garantir a segurança de quem busca atendimento nos hospitais. Não há indicadores de qualidade claros e amplamente conhecidos, como acontece em outros países. Por isso, eventos como esse, que promovem a troca de experiência entre estudantes, profissionais e especialistas que atuam em diferentes segmentos da saúde, são tão importantes”, destaca.

O falecimento de tantos brasileiros em hospitais públicos ou privados é resultado, por exemplo, de erros de dosagem ou aplicação de medicamentos, uso incorreto de equipamentos, diagnósticos imprecisos ou atrasados, infecção hospitalar, entre inúmeros outros eventos evitáveis. No caso das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), medidas de prevenção simples e de baixo custo, como a higiene adequada das mãos, podem reduzir a frequência em mais de 50%.

“O engajamento dos gestores hospitalares e de toda a equipe de saúde é a chave do fortalecimento das medidas de segurança. É necessário investir na capacitação e aprendizado contínuo para uma prestação de cuidado de alta qualidade, que reduza os riscos, aumente a satisfação dos pacientes e sua aderência às recomendações médicas”, conclui Liane.

Além de ampla programação científica para discutir a segurança do paciente, o simpósio abrirá espaço para os participantes apresentarem estudos na área. A submissão de trabalhos, assim como as inscrições para evento, já estão abertas no site: www.qualipacienteam.com.br

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