James Webb descobre que galáxias primitivas desafiam “regras cósmicas”
Análise de galáxias de mais de 12 bilhões de anos observadas pelo James Webb mostra que elas não seguem a “receita” de formação estelar
Flavia Correia
Um artigo recém-publicado na revista Nature relata uma pesquisa feita com base em observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) que descobriu que galáxias no Universo primitivo, de mais de 12 bilhões de anos atrás, eram “quebradoras de regras cósmicas”.
“É como se as galáxias tivessem um livro de regras que seguiam – mas, surpreendentemente, esse livro de regras cósmicas parece ter sofrido uma reescrita dramática durante a infância do universo”, disse Claudia Lagos, professora associada da Universidade da Austrália Ocidental, em um comunicado. “A descoberta mais surpreendente foi que as galáxias antigas produziram muito menos elementos pesados do que teríamos previsto com base no que sabemos das galáxias que se formaram mais tarde”.
Essa disparidade nunca havia sido detectada porque os instrumentos usados antes do JWST não eram poderosos o suficiente para ver a composição química das galáxias primitivas. Mas, agora, os cientistas foram capazes de olhar para apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang, identificando uma ruptura na relação entre formação estelar, massa e química.
Formação de galáxias no início do Universo
Quando o Universo começou a formar as primeiras estrelas, ele estava cheio de hidrogênio e hélio – os dois elementos mais leves – com predomínio do primeiro. Poucos elementos mais pesados – que os astrônomos chamam de “metais” – existiam até que a primeira geração de estrelas os forjou em seus núcleos e depois os dispersou pelo cosmos no fim de suas vidas por meio de explosões massivas de supernovas.
Veja mais no Olhar Digital