Professor expõe obras de arte na III Conferência Municipal de Educação
A III Conferência Municipal de Educação, promovida pela Prefeitura de Macapá, no Sebrae, nos dias 2, 3 e 5 de junho, é voltada para a elaboração e aprovação do primeiro Plano Municipal de Educação (PME) de Macapá, e esse processo acontece garantindo a discussão e a construção coletiva. No entanto, na programação do evento também teve espaço para a apreciação de arte. No espaço montado para recepcionar os participantes, na abertura da conferência, o trabalho do professor Luiz Edevaldo Miranda chamou a atenção.
Para compor o espaço da conferência, Luiz selecionou cinco obras que revelam a exuberância da Amazônia, com sua fauna e flora, e as regionalidades do Amapá com suas tacacazeiras e ribeirinhos. O professor é um apaixonado pela arte em madeira. Usa o seu dom como hobby e ao longo dos últimos 20 anos, dos seus 52 de idade, vem aperfeiçoando técnicas que dão forma a quadros e pequenas réplicas de paisagens. Para definir as cores, nada de tinta industrializada ou pigmentos, elas são realçadas com a aplicação de diferentes tons das madeiras, que recebem apenas um toque de brilho com o uso da cera de carnaúba. A base da matéria-prima é a madeira reutilizada, serragem e ouriço da castanha.
Com tanta beleza, ninguém diz que o artista que cria as peças tão elaboradas não sabe desenhar, mesmo assim, além dos quadros talhados, recortados e lapidados com madeira, ele também se aventura na pirografia e, nessa técnica, gosta de retratar pessoas. “Não sei quando surgiu, mas sempre tive uma busca pela pirogravura, hoje eu faço retratos, mas não sei desenhar. Se me pedirem para desenhar qualquer coisa que seja, a mão livre, não saberei fazer. Nos meus trabalhos uso uma técnica que utiliza a sombra, nem eu sei explicar, o fato é que, dessa forma, consigo reproduzir qualquer imagem”.
Como educador, Luiz busca por meio de suas obras garantir a inclusão de pessoas com deficiência visual. Enquanto a “lei da apreciação” dita que obras de artes são para serem vistas e não tocadas, de modo a se evitar qualquer dano, no caso do professor a regra é diferente. “Quero mais é que essas pessoas tenham acesso à minha arte e a sintam, por meio da percepção tátil, dos relevos, das texturas. Meu sonho é realizar uma exposição numa galeria para pessoas com deficiência visual, porque faço pensando nelas. São traços que elas podem pegar, sentir e identificar o que está retratado”.
Mais do trabalho do professor-artista pode ser conhecido na Mercearia da Floresta, localizada no Museu Sacaca.
Rita Torrinha/Asscom Semed
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