Obra do Centro das Louceiras do Maruanum é finalizada pela PMM

A Prefeitura de Macapá concluiu a obra de construção do Centro das Louceiras do Maruanum. O propósito do espaço é resgatar a história das profissionais da região, além de garantir a comercialização de produtos que fazem parte da cultura local. O centro é fruto de emenda parlamentar da ex-deputada federal Fátima Pelaes e contrapartida do Município.

“É uma obra fundamental para a Associação das Louceiras do Maruanum, por ser um lugar de resgate histórico de uma arte ancestral e abre a possibilidade de gerar emprego e renda”, justifica o diretor do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maykom Magalhães. Lá, elas irão acondicionar, produzir e vender os produtos e ministrar oficinas para quem estiver interessado. O espaço funcionará em gestão compartilhada entre Prefeitura de Macapá e Associação das Louceiras do Maruanum.

O prédio será constituído de salão de exposição, lanchonete, salas de oficina e de trabalho, vestiários masculino e feminino, área do forno, depósitos de acervo e argila, banheiros e sala de administração. Estarão dispostas no lugar as louças manufaturadas pelas mulheres (ânforas, xícaras, bules, bandejas, travessas, talheres, fogareiros, alguidares e cerâmicas diversas).

“Esse Centro de Exposições é muito significativo para nós, louceiras. Um antigo sonho que está sendo realizado, onde poderemos mostrar nosso trabalho para os visitantes”, conta a presidente da Associação das Louceiras do Maruanum, Marciana Dias. Maria Barbosa, também artesã, destaca que não vai servir somente para exposição. “Produziremos cerâmicas e ofertaremos atividades no prédio, para quem tiver interesse em participar”, ressalta.

A vila do Maruanum é formada por cerca de 100 famílias, tendo na agricultura familiar a produção de farinha como principal fonte de renda. A produção das louceiras é destaque no artesanato local. Fogões, potes e panelas de barro são produzidos manualmente por diversas artesãs das comunidades do Maruanum e Santa Luzia, um ofício passado de geração em geração. Na região, dois grandes eventos movimentam a economia local, o Macapá Verão e a Festividade de Nossa Senhora do Carmo, no mês de julho.

Marciana Dias, presidente da Associação das Louceiras do Maruanum, revelou o processo de confecção das louças. “Queimam-se as cascas do caripé, depois peneira e mistura para amassar com a argila, que é para dar a resistência nas peças. O fogão é a louça mais rápida que fazemos, conseguimos fazer três ou quatro fogões em um dia. Ali [apontando para os mostruários] tem panelas para cozinhar comidas diversas, potes para colocar água, xícara para tomar café, travessas para assar de forno etc. Aprendi a fazer cerâmica e artesanato com minha família, embora não ligasse muito no início. Só fui me empenhar em fazer louças com vinte e dois anos”, conta.

Bruno Monteiro

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