Banco suíço ajudou políticos e criminosos a esconder fortunas, revela consórcio de imprensa
Um vazamento de dados de mais 18 mil contas bancárias do Credit Suisse, um dos maiores bancos privados do mundo, expôs a riqueza oculta de clientes com denúncias de tortura, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e outros crimes em todo mundo. As informações foram divulgadas por um consórcio internacional de imprensa, que incluiu o The Guardian e o The New York Times.
As informações foram fornecidas inicialmente ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung por um denunciante anônimo, que declarou considerar as leis suíças de sigilo bancário “imorais”.
O conteúdo do vazamento abrange contas abertas no banco dos anos 1940 até os 2010. Todas as informações foram compartilhadas pelo veículo alemão em parceria com a Organized Crime and Corruption Reporting Project e 46 outros publicações no mundo. O vazamento foi batizado pelo consórcio de “Suisse Secrets”.
Entre os clientes do banco expostos estavam executivos que saquearam a estatal petrolífera da Venezuela, os dois filhos do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, o rei Abdullah 2º da Jordânia, um traficante de pessoas nas Filipinas, um diretor da Bolsa de Valores de Hong Kong preso por suborno, um bilionário que ordenou o assassinato de sua namorada libanesa pop star, além de políticos corruptos do Egito à Ucrânia.
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As 18 mil contas somadas continham mais de US$ 100 bilhões.
Em resposta ao consórcio de veículos de imprensa, o Credit Suisse afirmou que a reportagem trazem “informações seletivas tiradas de contexto, resultando em interpretações tendenciosas dos negócios do banco”. Além disso, disse que as leis de sigilo bancário da Suíça impedem a empresa de comentar reclamações relacionadas a clientes individuais.