Estado inicia ações para evitar diagnostico tardio de HIV/AIDS em grávidas

Getty Imagens
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Dados do Programa Estadual de DST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentaram o aumento de 27 para 35 casos de mulheres vivendo com HIV/AIDS no Amapá. Os casos foram identificados durante o pré-natal ou após o parto. O quantitativo representa um acréscimo de quase 23% de 2013 com relação a 2014.

As informações mostraram que três municípios amapaenses não possuem casos diagnosticados: Cutias, Itaubal e Serra do Navio. Já Oiapoque teve um acréscimo de 400%, passando de 1 caso em 2013 para 5 em 2014. A capital continua sendo o município com mais casos de mulheres gestantes vivendo com HIV/AIDS passando de 22 em 2013 para 23 casos em 2014.

Frente aos dados levantados, o Programa Estadual de DST/AIDS iniciou uma série de ações em conjunto com o Comitê Estadual de Investigação da Transmissão Vertical do HIV/Sífilis/Hepatites para reverter o quadro. Dentre elas, está a solicitação para cada uma das Coordenadorias de DST/AIDS dos 16 municípios para a intensificação da testagem rápida e o fortalecimento de campanhas que incentive a realização do exame. O objetivo do Estado é que a oferta do procedimento aconteça na primeira consulta do pré-natal.

O responsável técnico do programa de DST/AIDS, Sandro Mendes, informou que o aumento, entre outros fatores, é reflexo da ampliação de teste rápido para HIV/AIDS no Estado. “Com a ampliação do diagnóstico ficou mais evidente os casos de gestantes com HIV/AIDS. Quando a gente oportuniza que mais unidades disponibilizem a testagem rápida as buscas se estendem e os casos aparecem”, enfatizou.

Porém, o que preocupa o Programa de DST/AIDS do Estado e o Comitê Estadual de Investigação da Transmissão Vertical do HIV/Sífilis/Hepatites é o diagnóstico tardio. Somente no ano passado, dos 35 casos, onze foram diagnosticados durante o parto e quatro após o parto, neste caso, são mulheres que deram a luz em casa ou no interior e só descobriram quando trouxeram a criança para consultar.

“Os dados apontam claramente falha no pré-natal realizado nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios e da própria população, que ainda tem receio em buscar pelo serviço. O ideal é a prevenção para que não exista nenhum caso, mas quando o caso existir é preciso que seja diagnosticado o quanto antes para proteger o bebê. O ministério da Saúde preconiza que o teste rápido seja ofertado no máximo até a segunda consulta do pré-natal.”, disse a Assistente Social e membro do Comitê Estadual de Investigação da Transmissão Vertical do HIV/Sífilis/Hepatites, Aline Miranda Campos.

Se o diagnóstico apresentar sorologia reagente, a grávida passa a fazer o pré-natal diferenciado, com uso de medicação e acompanhamento médico até a hora do parto. Após o parto o bebê inicia um tratamento por seis meses e durante um ano será alimentado com uma Fórmula Láctea Infantil especial com composição similar a do leite materno, inclusive e com todos os nutrientes. Após o parto, a mãe passa a tomar o inibidor de lactação para não amamentar, pois o risco de transmissão aumenta 7% a cada oferta do leite do peito.

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